Contar em crioulo cabo-verdiano
Visão geral da língua
O crioulo cabo-verdiano (kabuverdianu, língua kabverdian) é um crioulo de português e de vários idiomas africanos (especialmente wolof, mandingo e temne) falado nas ilhas de Cabo Verde. Ainda não está normalizado, e apresenta diferentes dialetos segundo as ilhas do arquipélago. Estes dialetos ou variantes dividem-se em dois grupos principais: o Sotavento e o Barlovento. Estes crioulos têm juntos cerca de um milhão de falantes. Aqui nós interessamos na variante falada em Santiago, do grupo do Sotavento.
Lista de números em crioulo cabo-verdiano
- 1 – um
- 2 – dós
- 3 – trés
- 4 – kuátu
- 5 – sinku
- 6 – sax
- 7 – séti
- 8 – oitu
- 9 – nóvi
- 10 – dés
- 11 – ónzi
- 12 – duzi
- 13 – treizi
- 14 – katorzi
- 15 – kinzi
- 16 – dizasax
- 17 – dizaséti
- 18 – dizoitu
- 19 – dizanóvi
- 20 – vinti
- 30 – trinta
- 40 – korénta
- 50 – sunkuénta
- 60 – sasénta
- 70 – saténta
- 80 – oiténta
- 90 – novénta
- 100 – sem
- 1 000 – mil
- um milhão – um miliom
- mil milhões – um biliom
Regras de numeração do crioulo cabo-verdiano
Agora que teve uma visão geral dos números mais comuns, vamos passar para as regras para escrever as dezenas, os números compostos, e porque não as centenas, os milhares e além (se for possível).
- Os algarismos de zero a nove têm nomes específicos, como os números de dez a quinze: zéru [0], um [1], dós [2], trés [3], kuátu [4], sinku [5], sax [6] (ou séx), séti [7], oitu [8], nóvi [9], dés [10], ónzi [11], duzi [12], treizi [13], katorzi [14], kinzi [15]. Os números de dezasseis a dezanove são regulares, isto é formados pela dezena e pela unidade, e escrevem-se foneticamente: dizasax [10 e 6] (ou dizaséx), dizaséti [10 e 7], dizoitu [10 e 8], dizanóvi [10 e 9].
- As dezenas têm nomes específicos baseados na raiz dos algarismos correspondentes, à exceção de dez e vinte: dés [10], vinti [20], trinta [30], korénta [40], sunkuénta [50], sasénta [60], saténta [70], oiténta [80] e novénta [90].
- As dezenas e as unidades compõem-se de maneira regular com um hífen. Contudo, nos nomes de dezenas que se terminam num -a (pois entre quarenta e noventa), o -a final é substituído por um -i quando estão compostos com uma unidade (exemplo: vinti-trés [23], sunkuénti-sax [56]).
- Os nomes de centenas baseam-se na raiz do algarismo multiplicador, seguida da palavra cem no plural, à exceção de cem mesmo: sem [100] (séntus no plural), duzéntus [200], trezéntus [300], kuátuséntus [400], kinhéntus [500], saiséntus [600], sétuséntus [700], oituséntus [800], nóviséntus [900].
- Quando cem é seguido por uma dezena ou uma unidade, sem torna-se senti- (exemplo: senti-kuátu [104], senti-trinti-oitu [138]). Outras centenas são seguidas pela conjunção i (e) (exemplo: trezéntus-i-oitu [308], saiséntus-i-sunkuénti-séti [657]).
- Mil diz-se mil, e um milhão um milliom (às vezes também mil mil). Quando há vários milhares ou milhões, são precedidos por o multiplicador deles (exemplo: séti mil [7 000], nóvi miliom [9 millones]). Mas, quando são seguidos por centenas, dezenas ou unidades, mil torna-se mili (exemplo: mili-duzéntus-i-trinti-kuátu [1 234]), e milhão é seguido pela conjunção i (exemplo: sinku miliom i saiséntus [5 000 600]). Acima de mil, os números compostos não são precedidos por i (exemplo: séti miliom kuátu mili-trezéntus [7 004 300]).
- O crioulo cabo-verdiano utiliza a escala longa para expressar os números grandes: cada número maior do que um milhão é um milhão de vezes maior do que o seu antecessor. Assim, um biliom vale 109 (mil millones), e não 1012 (um bilião).
Escrever un número em palavras em crioulo cabo-verdiano
Passemos à aplicação prática das regras de numeração em crioulo cabo-verdiano. Consegue adivinhar como se escreve um número? Digite um número e tente formulá-lo na sua cabeça, ou porque não escrevê-lo num pedaço de papel, antes de exibir a resposta.
Livros
The Syntax of Cape Verdean Creole: The Sotavento Varieties
por Marlyse Baptista, editora John Benjamins Pub Co (2003)
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Le créole capverdien de poche
por Nicolas Quint, editora Assimil (2010)
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Parlons capverdien : langue et culture
por Nicolas Quint, editora L’Harmattan (2003)
[ Amazon.com, Kindle - Amazon.com]
L’élément africain dans la langue capverdienne (variété de Santiago)
por Nicolas Quint, editora L’Harmattan (2008)
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Grammaire de la langue cap-verdienne
por Nicolas Quint, editora L’Harmattan (2000)
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Línguas crioulas de base lexical portuguesa
Crioulo cabo-verdiano e kristáng.
Outras línguas suportadas
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